
Por um momento apenas
Quero um pedacinho de
tempo
Para poder descansar
esse peso do mundo
Que estou sentindo em
meus ombros...
Um tempo onde não me
perguntem nada,
Nem me peçam nada.
Apenas me permitam o
direito de dar vazão ao pranto
Que venho engolindo com
o café da manhã,
Enquanto visto a
máscara de:
"Olhem como sou
valente e forte!"
Quero ser a criança que
pode chorar livremente
Até que me ponham no
colo,
Restabelecendo assim,
O equilíbrio que
necessito para dormir em paz.
Quero me aventurar na
busca dos sonhos,
Sem ter que vê-los
pintados com as cores do desânimo,
Ou coloridos com as
cores do impossível;
E quero poder brincar
com meus sonhos
Como se fossem massinha
de modelar ilusões.
Lambuzar neles meus
dedos,
Até decidir quando
precisam se desfazer...
Quero ter companheirismo
também
Nas horas em que tudo
parece ter se perdido.
E encontrar apenas um
ombro
Onde possa repousar meu
cansaço.
Um ombro que seja silêncio
e carinho...
Quero deixar que me
invada toda a dor do mundo neste instante,
Porque ela é minha,
Real e única,
E que como tal,
Seja aceita e
compreendida.
Mesmo que eu ainda não
saiba lidar com ela...
E quero poder dizer:
“Está doendo sim!”
Sem assustar ninguém,
Causando uma revolução tão
grande
Que meu mundo pareça
ainda mais desabitado.
Seria possível?
Daqui a pouco tudo vai
parecer diferente e novo.
Eu sei.
Vou secar os olhos e
vou à luta outra vez.
E da dor...
Hei de ressurgir mais
forte.
Porque sou noventa e
nove por cento
Matéria que
dificilmente se desintegra.
Então, por favor! Peço.
Por um momento apenas,
Neste meu pequeno momento
humano,
Neste meu percentual de
fragilidade,
Quero ser igual a todo
mundo.
E chorar!
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